Sunday, January 26, 2014

Poema #1

Achei por bem começar com aquele que é um poema que agrega toda a capacidade do ser humano de se evadir, poder vestir duas peles na ânsia de não vestir nenhuma.

Sinceramente vejo nisto algo de motivante. Simplesmente desconcertante. Capaz de me fazer passar um dia para lá do 'aqui' e 'agora'. Vejo futuro. E que futuro...que não existe. Hora de dormir, uma boa oportunidade digo-vos já, a evasão não podia vir em melhor altura.

Boa noite.

"Viajar! Perder países!"
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
 

Pré-bebida

'Let the saga begin' pensava eu. Já não toco, vejo ou sequer penso em bebida ou algo que se pareça (embora tenha sempre os seus momentos de maior fraqueza). Hoje fraquejei. Sei que há muito mais para além de um simples copo embaciado com restos de batom e pensamentos estagnados no tempo. Mas o facto é que o copo está sempre lá. Inspirei-me nele. Pois.

Para quem não se importa de ler a trapalhada de outra pessoa, obrigada. É bom saber que uma voz pequena tem sempre lugar neste mundo. Pequena por agora.

Dizem que os bêbedos são sempre sinceros. Eu nem sempre sou sincera, daí tentar este meio para trazer ao de cima a sinceridade que penso existir em mim.

Não se procupem com a irrelevância de cada palavra deste post. É apenas o começo. É apenas o prólogo de uma imensa lista e narrações de pensamentos quotidianos. Por isso fiquem por aí e guardem os minutos que tinham dispensado para o Gin & Vodka. O copo está vazio, mas de certa forma alguém o volta sempre a encher.

Volto já

(fui ao supermercado comprar mais uma garrafa)